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Mostrando postagens de 2011

Quanta gente, quanta alegria, a felicidade está nos crediários das Casas Bahia

No dia 23 de novembro de 2011 o sonho do imaginário popular, ou melhor, do inconsciente coletivo do povo cearense, virou realidade. Embora, há mais de dez anos atrelado a publicidade comercial da programação das televisões locais do Ceará, as Casas Bahia já existiam em nossas cabeças, porém, não se localizava o endereço e a dúvida onírica embaralhava o nosso subconsciente, quanto à fronteira do existe ou não. O fato é, que embora não fizesse residência física em nenhum endereço alencarino, as Casas Bahia, residia no imaginário do cearense como o paraíso do consumo barato e do status da troca que não se assemelhava a nada que tínhamos por aqui. O interessante a observamos é que as palavras proféticas de Dinho, dos Mamonas Assassinas, quanto a moradia da felicidade residir nos crediários das Casas Bahia, faziam sentido ao analisarmos as fotografias da inauguração. Como em uma romaria a Meca islâmica ou qualquer outro lugar sacro do mundo judaico cristão contemporâneo as pessoas que se ...

A infeliz sina de ter carência de heróis

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Se tiver uma frase que melhor defina a essência do povo brasileiro, é a máxima de Dostoievski: “Infeliz do povo que tem carência de heróis”. A nossa síndrome de transferência de responsabilidade, a mania doentia, de sempre que possível recorrer ao jeitinho brasileiro e o nosso Estado ineficiente, justificam, bem como, alimentam a nossas carências de heróis, assim como, elege, sistematicamente, candidatos ao cargo. No dia 22 de julho de 2011, estreou nos cinemas brasileiros a produção cinematográfica que faz alusão ao maior assalto de banco da história do Brasil e o segundo do mundo. O que já se espera de uma direção típica de uma novela global, é um texto recheado de bordões clássicos que fazem graça com a desgraça, cortes previsíveis e um romance diabético, desses, que só exaltam os corpos despidos e desfocam da história geral. O que mais desconforta, é você se deparar com filas homéricas nos cinemas do Brasil, para assistir “O assalto do Banco Central” que traduzem, explicitamente, ...

Sociedade de Plástico

Nas últimas semanas do mês de abril, a indústria fonográfica do forró, dito, eletrônico se sentiu ofendida pela declaração do então secretário de cultura da Paraíba, o cantor e compositor, Chico César. Chico César, teria dito que a secretaria de cultura da Paraíba não iria destinar recurso a essa modalidade de forró, por atribuir a mesma, o título de plástico, além de, ter refletido sobre o sufocamento sofrido pelo forró tradicional proporcionado pelo monopólio fascista dos anti-democráticoS da indústria dos “jabás”. A declaração de Chico César, externa apenas a ponta do “ iceberg”. Se o forró eletrônico, de músicas pornográficas e de incentivo ao alcoolismo irresponsável, é considerado plástico, logo, descartável, imagine outros temas da sociedade. Quando olhamos para a moda, temos o velho tornando-se novo e o velho virou o sinônimo de moderno. O que falar dos ditos valores morais, que de morais não tem quase nada, preservam uma aparência que quando desvelados, externam um amorali...

O dois se fez um e cada um, é um doado ao outro

Nos extremos,nos aproximamos Na ausência, te tenho presente Na “saldade,” o gosto pela vida No gosto pela vida, o tempero do afeto Na construção do pós, temos um a priori Nas infinitas possibilidades, todas remetem a você Na angústia do não saber , o permitir aprofundar Nas interferências do nosso melhor viver, a teimosia que anseia, o fortalecimento da nossa congruência. No remar ao contrário do posto, o preço de algumas incompreensões. Na ansiedade, me faço sereno na busca do a posteriore. Na tua pura inocência , vejo a serena experiência do certo a fazer Na discórdia dos pensamentos ,a síntese que nos faz melhores No incômodo das regras incestuosas umbilicais, o seu diferencial Nas insistências nostálgicas, a prisão diante do novo ,porém, o referencial de norteamento. Nos defeitos, a motivação que me fazer melhor, nas qualidades, um poço de renovação e a certeza que o amor é possível, embora fora de moda No acúmulos dos anos, o desnudamento dos nossos segredos, o pos...

Trezentos e setenta e cinco dias vezes três.

O tempo como refém, insiste em nos curvar a noção de espaço e quantidade. Mas em você, a temporalidade se perde no teu sorriso No calor das tuas carícias, me reporto ao conforto do ventre materno Nas angústias, o dois se faz um e cada um é um doado ao outro Na efêmera sensação do agora, me eternizo nos segundos ao teu lado Nas dúvidas e nos receios, me perco na certeza da cumplicidade dos nossos momentos No agora, insisto em sentir o depois No pouco, saceio o excesso Enquanto muito, me parece tão pouco Nos anos a sensação de todos os outros em um só Os dias, como semanas e os meses como segundos felizes O eu te amo, não nas articulações faciais, mas nas pequenas atitudes. O Hoje vivido no ontem e o ontem no amanhã das memórias dos 1095 dias, que como leme, é práxis nas nossas vidas e nos norteia, ao infinito! Na celestial magnitude do teu reinado, me faço de servo a rei. Na subtração das nossas diferenças, somamos muitas semelhanças Por fim, chego ao começo, onde do silê...

Panegírico ao efêmero

Admitir que a primeira década do século XXI foi no mínimo sinônima de um espetáculo curto e obsoleto é entender que a satisfação está entre o correr para alcançar e logo largar. Os excessos vazios proliferam-se em uma progressão geométrica, bem como, as contradições. Outro aspecto a ser analisado é que, se pensarmos em termos de coletivo só nos foi concebido a oportunidades de desenvolvimento das nossas ferramentas hedonistas. Em vista disso, a apologia dos contrários reinou, bem como se estendeu aos limites nunca então alcançados. O que antes parecia errado tornou-se certo, o que outrora era inconseqüência, bom senso passou a ser, a moral e a boa conduta perderam o bonde da história e ocuparam os espaços de uma vaga lembrança, as amizades deixaram de ser meio de sobrevivência mutualista para se restringir a fins egoístas de satisfações individuais, a afirmação e a negação desceram do palco antagônico e transformaram–se em uma moeda de uma só face, aquilo que condeno tornasse o ...

Saindo da zona de conforto

O conforto pode parecer seguro, porém com ele, é quase que inevitável o desleixo e a autoconfiança. Sair da zona de conforto é se permitir o inevitável e o improvável. É sair da aparência e se deparar com o espanto. O século XX deixou a humanidade com impressão que os extremos levam a guerra e o hedonismo, prazer extremo e ausência de dor, do século XXI, irá nos levar para onde? Pode parecer pessimismo ou desesperança, mas o fato é, estamos caminhando para o caos ou sem muitas delongas, já estamos nele, patologicamente normalizados com tudo que até pouco tempo, era taxado de absurdo. O papo altruísta que inspiravam gerações, seja por Gandhi ou cantada por Lennon, ficou fora de moda. A regra agora é cada um por si e todos por seus objetivos particulares. Se os heróis morreram de overdose e os inimigos estão no poder, que papel cabe a cada um nós? Esperar o inevitável, professar filosofias vãs de promessas incertas, como se fossem certas ou retroceder a aquilo que nos humaniza, o espír...

Por que dormimos nas Igrejas e somos induzidos a preferir falar de sexo?

Somos todos convidados a dormir nas igrejas pelos simples fatos que por lá, se diz muito, se explicar pouco e os dogmas transformam, sem muitas dificuldades, as mensagens bíblicas, atemporais, em discursos rotineiros e enfadonhos que condenam e nos fazem assumir culpas que não temos. Se estendermos as discussões para outros patamares, temos a mercantilização das interpretações daquilo que se chama de palavra de Deus, a espetacularização das homílias que desfocam e fortalecem o marketing de hoje, pequena empresa, no futuro, grande negócio. Se não bastasse tudo, a síndrome da prosperidade pentecostal salvacionista, ou seja, siga as dicas ditatoriais, desfaçadas de livre arbítrio, doe de coração e prospere. A preferência quase que unânime das pessoas por sexo ou coisas ditas mundanas do que pelos bordões do tipo, a bíblia disse, que as Igrejas impõem, está intimamente associada à maneira jesuítica punitiva que aprendemos a lhe dá com o corpo. É mais do que sabido, que as pulsões sexuais...

17/04/2004 – A minha epifania

No crepúsculo de uma sexta-feira de outubro, em meio à multidão dos milhares, em uma parte, fiz meu todo. Ao som das melodias do festival não pude prescrever o que descreveria, em alguns meses, o sinônimo de felicidade plena. A dúvida, a curiosidade e o inexplicável permearam a minha compreensão, travaram minhas ações e puseram em xeque, a minha descrença quanto encontrar alguém que me fizesse feliz Mesmo intrigado e temeroso, busquei uma aproximação. Fazendo uso de uma amizade em comum, o contato telefônico foi inevitável. Mensagens enigmáticas instigavam a nossa vontade de marcar o primeiro encontro. Sob os olhos do teatro o idílio se fez e mesmo após um mês, que me vê, sabe que te encontrei. Um ano após o outro os laços se consolidarão, a paixão virou amor, os objetivos se focaram a um bem comum e dois se fez um. Já se passaram seis anos, parece segundos, a alegria e a felicidade de compartilhar os momentos bons e ruins, fortalecem a vontade de ficar junto para o resto da vida...