Por que dormimos nas Igrejas e somos induzidos a preferir falar de sexo?

Somos todos convidados a dormir nas igrejas pelos simples fatos que por lá, se diz muito, se explicar pouco e os dogmas transformam, sem muitas dificuldades, as mensagens bíblicas, atemporais, em discursos rotineiros e enfadonhos que condenam e nos fazem assumir culpas que não temos.
Se estendermos as discussões para outros patamares, temos a mercantilização das interpretações daquilo que se chama de palavra de Deus, a espetacularização das homílias que desfocam e fortalecem o marketing de hoje, pequena empresa, no futuro, grande negócio. Se não bastasse tudo, a síndrome da prosperidade pentecostal salvacionista, ou seja, siga as dicas ditatoriais, desfaçadas de livre arbítrio, doe de coração e prospere.
A preferência quase que unânime das pessoas por sexo ou coisas ditas mundanas do que pelos bordões do tipo, a bíblia disse, que as Igrejas impõem, está intimamente associada à maneira jesuítica punitiva que aprendemos a lhe dá com o corpo. É mais do que sabido, que as pulsões sexuais são da nossa natureza animal e como animais “racionais” que somos, deveríamos conviver naturalmente com elas. Porém, este impasse de naturalidade e culpa, nos faz mal resolvidos, logo as preferências esbarram no proibido é mais gostoso. A hipocrisia moral da proibição tem como válvula de escape a promiscuidade, a pornografia indireta e direta e os discursos moralistas.
Em meio tudo, nos resta uma reflexão, se dormimos ou não nas igrejas e somos induzidos ou não a preferir falar de sexo, o que realmente importa é a coerência entre discurso e prática muito bem cantada poeticamente por Fernando Anitelli, Teatro Mágico: “Errado é aquele que fala correto e não vive o que diz- Zazulejo”.


Kildery Amorim Maciel
22/01/2011

Comentários

  1. É por isso que não vou à esses templos (quaisquer q sejam ou representem). Sou inteligente o suficiente p/ tirar minhas próprias conclusões sobre as coisas...rsrsr. Parabéns pelo blog Kildery. Bs.

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  2. Sim Kildery,
    você tem razão. As igrejas e suas instituições perderam o foco ao longo da história. Ou talvez o foco seja esse mesmo: prender o indivíduo em amarras sustentadas pelo medo e assim ser dona de sua vida (incluindo seus bens espirituais e materias). Sabemos que as religiões trazem propostas morais e éticas para uma vida aberta ao transcendente, mas uma religião paltada dentro de uma instituição com linhas de condutas duvidosas, gera o desconforto que você expressa tão bem no post acima.
    Resta-nos um cuidado especial ao tratar de modo genérico ou individual quando falamos de igrejas. Ainda existem pastores, padres, rabinos, babalorixás, profetas, monges, etc. que insistem (dentro de templos, terreiros ou igrejas) em um posicionamento ético e ajudam àqueles que procuram conforto no Sagrado em que acreditam a encontrarem o "caminho do meio", tão difícil nos nossos dias atuais.
    Gostei muito do teu blog. Forte abraço, J

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  3. GOSTEI DE SUAS PALAVRAS,ESSA FRASE NO FINAL ,EM UM MUNDO TÃO CHEIO DE IPOCRISIA DE FALSOS MORALISMO,O MELHOR CAMINHO É .............""SER"",E ISSO NOS BASTARÁ.

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  4. Heeeey professor, teu blog tá , com o perdão da palavra, MUITO FODA.
    Eu sou católica, mas vc tem razão quando diz "A preferência quase que unânime das pessoas por sexo ou coisas ditas mundanas do que pelos bordões do tipo, a bíblia disse, que as Igrejas impõem, está intimamente associada à maneira jesuítica punitiva que aprendemos a lhe dá com o corpo." Enfim, adorei isso aqui. Vê se não abandona seus 4 leitores :~~~ hahaha

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