Quanta gente, quanta alegria, a felicidade está nos crediários das Casas Bahia
No dia 23 de novembro de 2011 o sonho do imaginário popular, ou melhor, do inconsciente coletivo do povo cearense, virou realidade. Embora, há mais de dez anos atrelado a publicidade comercial da programação das televisões locais do Ceará, as Casas Bahia já existiam em nossas cabeças, porém, não se localizava o endereço e a dúvida onírica embaralhava o nosso subconsciente, quanto à fronteira do existe ou não. O fato é, que embora não fizesse residência física em nenhum endereço alencarino, as Casas Bahia, residia no imaginário do cearense como o paraíso do consumo barato e do status da troca que não se assemelhava a nada que tínhamos por aqui.
O interessante a observamos é que as palavras proféticas de Dinho, dos Mamonas Assassinas, quanto a moradia da felicidade residir nos crediários das Casas Bahia, faziam sentido ao analisarmos as fotografias da inauguração. Como em uma romaria a Meca islâmica ou qualquer outro lugar sacro do mundo judaico cristão contemporâneo as pessoas que se deslocaram a inauguração apresentam expressões enigmáticas quanto o que fazer, por onde começar ou a interrogação pertinente: Estarei, finalmente, comprando o que sempre quis ou o suficiente nunca me basta?
Como um passaporte para o mundo do que não preciso ou, simplesmente, para a felicidade paradoxal inesgotável da obsolescência programada, nos vendemos à ilusão de não acreditar que somos escravos desta lógica inlógica .
Induzidos a um prazer efêmero viciante, cremos que o que nos serve como um todo, não nos serve por muito tempo, muito embora, o novo e obsoleto convivam concomitantemente. Então, se hoje as Casas Bahia preenche esse excesso vazio de um hiperconsumo desenfreado, amanhã, o que será? Por estarmos deitados eternamente em um berço não tão esplêndido, poderíamos ao menos não nos permitir tal condição, muito embora, seja melhor fingir que a realidade nos obrigue a despertar de pesadelo metido a sonho.
Kildery Amorim Maciel
O interessante a observamos é que as palavras proféticas de Dinho, dos Mamonas Assassinas, quanto a moradia da felicidade residir nos crediários das Casas Bahia, faziam sentido ao analisarmos as fotografias da inauguração. Como em uma romaria a Meca islâmica ou qualquer outro lugar sacro do mundo judaico cristão contemporâneo as pessoas que se deslocaram a inauguração apresentam expressões enigmáticas quanto o que fazer, por onde começar ou a interrogação pertinente: Estarei, finalmente, comprando o que sempre quis ou o suficiente nunca me basta?
Como um passaporte para o mundo do que não preciso ou, simplesmente, para a felicidade paradoxal inesgotável da obsolescência programada, nos vendemos à ilusão de não acreditar que somos escravos desta lógica inlógica .
Induzidos a um prazer efêmero viciante, cremos que o que nos serve como um todo, não nos serve por muito tempo, muito embora, o novo e obsoleto convivam concomitantemente. Então, se hoje as Casas Bahia preenche esse excesso vazio de um hiperconsumo desenfreado, amanhã, o que será? Por estarmos deitados eternamente em um berço não tão esplêndido, poderíamos ao menos não nos permitir tal condição, muito embora, seja melhor fingir que a realidade nos obrigue a despertar de pesadelo metido a sonho.
Kildery Amorim Maciel
Deseje a todos somente o suficiente e verá uma bela cara de interrogação. Mas o que é o suficiente?
ResponderExcluirMedir o mundo a partir do que acreditamos ser o correto só provoca gastrite.
Realidade? É você quem cria a partir das suas percepções. Então a partir da minha, prefiro apenas me divertir observando esses porcos chafurdando na ilusão fetichista que esse sistema nos proporciona...
Na verdade, somente me afasto de gente assim.Isso traz tranquilidade pra mente...
Excelente análise, Professor!
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