Saindo da zona de conforto
O conforto pode parecer seguro, porém com ele, é quase que inevitável o desleixo e a autoconfiança. Sair da zona de conforto é se permitir o inevitável e o improvável. É sair da aparência e se deparar com o espanto. O século XX deixou a humanidade com impressão que os extremos levam a guerra e o hedonismo, prazer extremo e ausência de dor, do século XXI, irá nos levar para onde?
Pode parecer pessimismo ou desesperança, mas o fato é, estamos caminhando para o caos ou sem muitas delongas, já estamos nele, patologicamente normalizados com tudo que até pouco tempo, era taxado de absurdo. O papo altruísta que inspiravam gerações, seja por Gandhi ou cantada por Lennon, ficou fora de moda. A regra agora é cada um por si e todos por seus objetivos particulares. Se os heróis morreram de overdose e os inimigos estão no poder, que papel cabe a cada um nós? Esperar o inevitável, professar filosofias vãs de promessas incertas, como se fossem certas ou retroceder a aquilo que nos humaniza, o espírito coletivista de sobrevivência que originou a sociedade.
Nos últimos anos, tem se proliferado uma infinidade de redundâncias, humanizar médicos, como se os mesmos, tratassem máquinas e não humanos, promoções de encontros pedagógicos que visão resgatar sentimentos humanos, como se as práticas pedagógicas não envolvessem, sentimento e afeto. Se os humanos se desumanizaram, em que os humanos se tornaram?
É comum medir uma sociedade em evoluída ou atrasada pelo seu desenvolvimento tecnológico, mas se esse mesmo desenvolvimento é parâmetro para os conceitos de progresso, quais são as justificativas para o regresso de nossas humanidades e para o crescimento da banalização da vida? As grandes metrópoles são sinônimo de contradição e intolerância, as placas de ordenamento só são lembradas, quando nos atingem, as relações interpessoais migram, gradativamente, de nível primário para secundário. Se estamos cada vez mais insensíveis e egoístas, o sobrará deste sociedade individualista?
Permitir, constantemente, olhar para dentro de si é no mínimo um exercício de humildade, visto, o nosso exercício diário de não por a prova as convicções e os costumes que nos são naturais, corriqueiros e invitáveis. Cremos ser necessário ao nosso conforto esse não por a prova ou talvez, esse nosso exercício diário, nos seja, um impecílio a uma leitura fria do que somos e do que fazemos. Quando não lemos criticamente a nossa realidade, perdemos a capacidade de se refazer e de vislumbrar o entorno a partir de si
Conviver com um desconforto é uma tomada de atitude que nos rouba a falsa ideia de que conforto implica em impossibilidade de descontentamento, de abnegação de felicidade e de alienação a outrem. A naturalização do altruísmo e do ajudar alguém, sem olhar a quem deveriam ser automatizadas a todas as nossas escolhas e atitudes, além de que, deveriam ser uma meta, a alcançar, de todos os grupos sociais existentes.
Meio que fora de moda ou simplesmente “clichê” a lei de ouro socrática ainda é uma boa dica a um futuro interessante e confortável a todos, fazer com os outros, aquilo que gostaríamos que fizessem conosco, não como obrigação, mais sim, como um dever.
Kildery Amorim Maciel
Pode parecer pessimismo ou desesperança, mas o fato é, estamos caminhando para o caos ou sem muitas delongas, já estamos nele, patologicamente normalizados com tudo que até pouco tempo, era taxado de absurdo. O papo altruísta que inspiravam gerações, seja por Gandhi ou cantada por Lennon, ficou fora de moda. A regra agora é cada um por si e todos por seus objetivos particulares. Se os heróis morreram de overdose e os inimigos estão no poder, que papel cabe a cada um nós? Esperar o inevitável, professar filosofias vãs de promessas incertas, como se fossem certas ou retroceder a aquilo que nos humaniza, o espírito coletivista de sobrevivência que originou a sociedade.
Nos últimos anos, tem se proliferado uma infinidade de redundâncias, humanizar médicos, como se os mesmos, tratassem máquinas e não humanos, promoções de encontros pedagógicos que visão resgatar sentimentos humanos, como se as práticas pedagógicas não envolvessem, sentimento e afeto. Se os humanos se desumanizaram, em que os humanos se tornaram?
É comum medir uma sociedade em evoluída ou atrasada pelo seu desenvolvimento tecnológico, mas se esse mesmo desenvolvimento é parâmetro para os conceitos de progresso, quais são as justificativas para o regresso de nossas humanidades e para o crescimento da banalização da vida? As grandes metrópoles são sinônimo de contradição e intolerância, as placas de ordenamento só são lembradas, quando nos atingem, as relações interpessoais migram, gradativamente, de nível primário para secundário. Se estamos cada vez mais insensíveis e egoístas, o sobrará deste sociedade individualista?
Permitir, constantemente, olhar para dentro de si é no mínimo um exercício de humildade, visto, o nosso exercício diário de não por a prova as convicções e os costumes que nos são naturais, corriqueiros e invitáveis. Cremos ser necessário ao nosso conforto esse não por a prova ou talvez, esse nosso exercício diário, nos seja, um impecílio a uma leitura fria do que somos e do que fazemos. Quando não lemos criticamente a nossa realidade, perdemos a capacidade de se refazer e de vislumbrar o entorno a partir de si
Conviver com um desconforto é uma tomada de atitude que nos rouba a falsa ideia de que conforto implica em impossibilidade de descontentamento, de abnegação de felicidade e de alienação a outrem. A naturalização do altruísmo e do ajudar alguém, sem olhar a quem deveriam ser automatizadas a todas as nossas escolhas e atitudes, além de que, deveriam ser uma meta, a alcançar, de todos os grupos sociais existentes.
Meio que fora de moda ou simplesmente “clichê” a lei de ouro socrática ainda é uma boa dica a um futuro interessante e confortável a todos, fazer com os outros, aquilo que gostaríamos que fizessem conosco, não como obrigação, mais sim, como um dever.
Kildery Amorim Maciel
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