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Mostrando postagens de 2012

Uma águia feita de água

          Tornasse um balzaquiano, por si, não é uma atividade fácil, pois, sem que percebamos, temos três décadas de aprendizagem, conflitos, fantasmas e vivências que, inevitavelmente, nos proporcionam a oportunidade de se atritar com a vida, e desta sentença, tirar ensinamentos. O balzaquiano, além do fardo das décadas que recaem sobre seus ombros, ainda sofre com um intenso processo de mudança similar ao das águias.             As águias, ao chegarem à metade do percurso de suas vidas, se deparam com um duro processo de renovação que se não encarado, a morte é a sua única opção. Metaforicamente, balzaquianos e águias se parecem, ambos durante os primeiros trinta anos do percurso de suas vidas, sofrem com a renovação ou morrem pelas velhas competências, convicções ou habilidades.               Como balzaquiano existen...

SONETO DO PRIMEIRO MÊS

"Lembro-me ardentemente Do primeiro dia em que lhe vi... Em teus braços envolventes, Sem perceber me prendi... Foste a coisa mais linda, Numa paixão de tudo e de si mesmo... És o ar da poesia, És o verso do soneto! Passaram-se trinta dias, setecentas e vinte horas... De prazer e de alegria, De amor a toda hora! E a hora é agora, de dizer-te uma vez mais... Que sem ti não há sentido, Que sem você não há PAZ!" (Pedro Israel)

SONETO DO SONHO REAL

“Em meus sonhos resplandeces reluzente... O teu calor e teu amor a cada instante... Ès aurora em meu firmamento presente... Numa mágica e inebriante forma... Desejo-te se cessar, E por longo instante, Ei de perder-me completamente Em teu amor constante! Embriago-me em teu cheiro, em teu perfume exalante... És a Alma mais linda... És amor prestante... Sinto-me perfumado por tua alma errante... Embevecido e apaixonado... Por ti a todo instante!” Pedro Israel

SONETO DA ALMA PERFUMADA

Oh minha alma... quanto do teu cheiro satisfaz-me agora Procurei-te por toda parte para que fosse minha oh alma... Exala seu perfume no calor intenso e como a dama da noite, na hora crespucular, me preenches por inteiro. Resedás, caliandras e manacás nada se iguala ao teu envolvente ar Envolvo-me em seu olhar, sobre sua boca e seu amar Embaraço-me nos teus braços, nos beijos e laços.. Em tua pela macia, ardente e felina... Para que sejas minha oh alma... Perfumada e sorridente Árdil e complacente... (Pedro Israel)

Saudade de quem nunca existiu

Depositar expectativas em quem nunca existiu é, simplesmente, está abraçado com a ilusão e recoberto pelo manto da decepção... Barganhar expectativas ilusórias em algo que não se projetou é cair do décimo quinto andar sem paraquedas... A saudade tempera a vida quando a falta não é ausência... Se boicotar com a entorpessência da fantasia do que não existe é projetar na realidade o que nunca se concretizará... Retrocessos cíclicos vão... Progressos pífios vêm... Dani-se por completo e estabeleça moradia na incoerência... Dani-se e perca a credibilidade que nunca teve... Dani-se e perca o referencial entre o que difere os coerentes do mau caratismo... Dani-se pelo o que convém e perca o que discorda e faça o que não se quer... Dani-se no o que é que tem e seja imagem e semelhança... Por fim, só a desistência de uma competição tola que só afirma um status bruzundanga pobre de espírito...    Por fim, o afeto que cega, sobra, embora, não seja um barco sem r...

Diário de um balzaquiano existencialista

Primeiro dia: 18/05/2012                                          “Transeunte angustiado”  Fortaleza, 18 de julho de 2012            Pode parecer estranho, mas o segundo dia da semana para todas as outras pessoas, para mim, soou como o primeiro de algumas licenças, dada, a minha rotina diária que é, antes de mais nada, escravizada por excessos vazio tão pertinentes para a sobrevivência no século XXI.            Licenciar-se de um veículo em uma grande cidade, como Fortaleza, pode parecer, no mínimo, loucura, porém tornasse uma grande oportunidade para buscar atrito como os espaços públicos. Atrito no sentido de se vasculhar e pular da inércia do conforto que a rotina nos pro...

O MEU MUNDO É UM POUCO DEMAIS

Sempre acredite que a materialidade me traria felicidade Sempre imaginei que o sucesso fosse me fazer feliz Ter tudo nem sempre é tudo O meu mundo é um pouco demais... Sempre sonhei com romances épicos, com batalhas e duelos... Com conquistas que me fizessem elevar a alma, tornando-me mais forte Ter tudo nem sempre é tudo O meu mundo é um pouco demais... Vivi cada dia tentando entender os outros... Descobri que quem mais entende, mais deixa de ser entendido... E que ser demasiadamente humano é ser humano demais... Ter tudo nem sempre é tudo O meu mundo é um pouco demais... Deixei de acreditar... Deixei de imaginar... Deixei de sonhar... Vivo o hoje, o passado já não me interessa, muito menos o que virá... Prefiro morrer em um labirinto há ter que viver em constante linha reta... Saber o que me espera, me desespera E o acaso é o que me desperta... A vida está no dia-a-dia... E a poesia em cada esquina! Esperando-nos sorrateiramente a cada nascer e pôr-do-sol... Com o al...

Mestre Chico - 08/08/1908

Se pudesse descreve a admiração, a totalidade do horizonte, não bastaria, pois quando acredito que estou próximo do suficiente, mais incomensurável e distante de metrificar, fica Poderia ter sido mais um Francisco entre muitos Ribeiros ou um único Granja, porém escolheu a esteira da franquia, a vereda da sinceridade e a estrada espinhosa da honestidade. Quisera eu reverberar todos os seus ensinamentos indiretos Quimeras mil seriam ter um terço do reflexo dos seus ensinamentos. Se os livros não te preencheram, a sensibilidade de mundo te fez fonte inesgotável de sapiência. A aridez dos sentimentos te fez um dos mais sensíveis. A embriaguez da vida, te levou ao lúcido controle de si. A crueza da sinceridade, te dotou da transparência límpida dos homens de hombridade. A aplicação do vivido, creditou coerência ao teu discurso. A vitalidade dos 98 anos nos trouxe a triste sensação de que se foi cedo de mais. A finitude da sua vida é porto seguro a todas as minhas ações existenci...

O prelúdio do fim ou o início de alguma coisa?

Poderia ter sido mas um dia de ressaca pós-embriaguez de fim de ano, mais o dia 03 de janeiro, ficou marcado pela confirmação da fragilidade coletiva para boatos, bem como, a capacidade de parar uma cidade. O transtorno e a solidariedade vampira afloraram como semente em solo fértil. A hipocrisia da renovação natalina foi diluída pela sensação de insegurança e o “punir e vigiar”, representado pelas viaturas robusta do Ronda do quarteirão, deu lugar, ao sentimento de orfandade perene que nos acalenta no cotidiano alencarino. Por um instante, a profecia de Raul Seixas, quanto a Terra parar, seria possível. Se a Terra não parou, Fortaleza quase conseguiu. Será que a nossa capacidade de aglutinação tão banalizada e inutilizada durante as Copas do Mundo e o nosso espírito cooperativo tão reduzido a bandeirinhas de ornamentação futebolística, não poderia dá lugar a outros fins? Será, se todos nós, em um só corpo, resolvêssemos transtornar as estruturas ilógicas dessa sociedade excludente, c...